Voluntariado transforma vidas e muda a rotina dos educandos do Calábria e CPIJ
A tranquilidade e calmaria proporcionada ao caminhar pela Rua Mississipi, na Restinga, extremo sul de Porto Alegre, só é brevemente interrompida por brados de ordem e energia vindos do ginásio do CPIJ. Os transeuntes mal podem imaginar que há poucos metros da calçada há uma equipe de jovens que treinam artes marciais semanalmente para vencer no “ringue” e na vida.
Uma dessas atividades é o Judô, que atualmente é ministrado pelo voluntário Barrio, da Associação Judoística do Rio Grande do Sul. O judoca faixa preta recebe mais de três turmas por semana para ensinar as técnicas da arte marcial. “Temos o judô inclusivo, o de alto rendimento e o social, que fazemos aqui. Sabemos que a Restinga não tem um clube forte de Judô. A ideia é formar um grupo competitivo”, revela Barrio.
O “valor” do voluntariado
"A moeda de troca do voluntariado é emocional. Devemos fazer o bem sem olhar a quem", salienta o faixa preta Barrio, que se dedica ao judô há mais de 20 anos.
Durante a entrevista, Barrio é interrompido: os alunos chegaram e estão ansiosos pelas lições do dia. Com animação e energia típica das crianças, logo o dojo – nome dado ao espaço onde se realizam os treinamentos – é tomado de olhares curiosos e a espera de gastar muita energia entre alongamentos, aquecimento e técnicas da arte marcial. Algo diferente na rotina dos pequenos.
O voluntário tem o potencial inovador de diversificar as atividades
A coordenadora do setor de voluntariado do Calábria e CPIJ Norma Chiappa salienta que o voluntariado traz benefícios para quem o pratica, proporciona descoberta de valores e atitudes solidária. Somente de janeiro até abril deste ano, foram mais de 100 ações voluntárias em atividades do Calábria e CPIJ. As atividades calabrianas atendem, juntas, mais de 4 mil pessoas todos os anos.
“A ação voluntária tem que ter reciprocidade, para crescimento de ambos. Acredito que o voluntário promove um mundo melhor através de suas ações”, comenta Norma.
Projeto Amor semeia esperança e caráter
Do outro lado do CPIJ, uma outra proposta diferenciada descontraia as crianças e comovia educadores. Os voluntários do Projeto Amor realizaram oficina de artes manuais e circenses. Entre cambalhotas, risadas e muita motivação, educandos e educadores entraram no clima da brincadeira e se divertiram muito.
O educador voluntário Lucas, 26 anos, estava muito animado. O jovem explica que usa o circo de forma lúdica e revela que o principal recurso oferecido é o amor. “O voluntariado muda tudo. Tínhamos muitos alunos que só viam no tráfico uma opção para o futuro. Mas com o circo conseguimos desenvolver todas as profissões e projetos de vida saudáveis”.
“A recompensa é no céu. A criança que nos dá o retorno”, relata a coordenadora do projeto Silvana. Com esse foco todo especial, as crianças do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos tiveram um dia mais que divertido.
Trabalho voluntário é bem visto no currículo por empresas
Com o mercado de trabalho cada vez mais concorrido, o voluntariado pode ser a chance de mostrar para o empregador um diferencial em termos de valores humanos e éticos. A atividade fornece um aumento da visão de mundo, integração e conhecimento de novos saberes.
Para jovens, a atividade pode, ainda, fortalecer o senso de compromisso e empática com o próximo, que além de valores importantes para uma empresa são conhecimentos levados para toda a vida.
Falando em vida, ajudar ao próximo favorece um reconhecimento do próprio projeto de vida. Ver e atuar na história de outras pessoas, sejam jovens ou idosos, traz um sentimento de reflexão e motivação para buscarmos nossos próprios sonhos.
