Hoje a Obra Calabriana celebra 113 anos

Porto Alegre, 26 de novembro de 2020

Em 26 de novembro de 1907,  em Verona, nascia a Obra Calabriana. Abaixo mensagem do Delegado, Padre Gilberto Bertolini, e vídeo contendo fotos raríssimas daqueles primeiros dias.

A OBRA É DE DEUS

Estamos celebrando, como Família Calabriana, os 113 anos de fundação da Obra. Momento de comemorar, agradecer e recordar, através das palavras de São João Calábria, a finalidade da Obra e o privilégio que possuímos em sermos chamados por Deus a fazer parte dela. Pertencer a esta Obra é dom e responsabilidade, por isso, precisamos corresponder a graça que o Senhor nos dá.

Manter o foco no essencial para nossa vocação e missão é primordial. Como servos da Providência, devemos confiar de modo ilimitado em Deus: “Ponto fundamental e principal desta Obra é o absoluto, o inteiro abandono nos braços amorosos da divina Providência. Portanto, meus queridos irmãos, os nossos olhos, a nossa mente, tudo o que somos, deve ver, pensar e ser da Providência”.

A grandeza e a beleza da Obra não podem ser abarcadas na totalidade. O espírito de fé nos ajuda a mergulhar neste mistério. Muitas coisas só entenderemos na eternidade: “a nossa Obra é grande, grandíssima; na eternidade a entenderemos, e felizes de nós se tivermos vivido segundo a nossa vocação!”

Pertencer a esta Obra nos compromete com uma vivência de acordo com os valores do santo Evangelho. Cooperar nela é acolher e realizar a santa vontade de Deus. São João Calábria exortava: “a Obra é especial, e especial deve ser a nossa vida. Da parte do Senhor não duvidemos dos seus auxílios e graças, mas Ele quer a nossa cooperação, vivendo o programa genuíno que todos conhecemos.”

A grandeza da Obra não depende de nós ou das nossas ações, mas unicamente porque ela foi desejada e nasceu por vontade divina. Grande é a Obra e grande é a nossa responsabilidade por fazermos parte dela: “a Obra é grande, que Deus tem grandes desígnios a cumprir, e que tais desígnios se cumprirão contanto que nós sejamos instrumentos dóceis, humildes, como trapos, sem cabeça, como argila. […] A Obra é de Deus, lembremo-lo bem! Foi Ele quem a fundou e a dirige com Providência particular, seja qual for o instrumento do qual se serve”.

Sabedores das nossas limitações, somos interpelados a permanecermos como instrumentos humildes nas mãos de Deus. Ele tudo faz, quando os instrumentos são favoráveis: “o fato de sermos chamados a esta Obra é um motivo a mais para manter-nos na santa humildade.”

Não só nós, mas toda a humanidade é beneficiada pela Obra. Ela é um canal das graças e bênçãos de Deus: “a Obra é realmente um refúgio ao qual as almas acorrerão para receber os bens espirituais e, em muitos casos, também os bens materiais. Deus a pensou assim desde toda a eternidade, e nos nossos dias a suscitou para o bem das almas.”

Nossas ações devem ter como motivação e finalidade a concretização do Reino de Deus. Nosso santo fundador nos lembra que “a Obra é grande, a Obra é do Senhor e, tu o sabes, todas as obras do Senhor têm uma marca toda especial, particular; nós religiosos, todavia, não devemos ter outro pensamento a não ser este: buscar o santo reino de Deus.”

O cultivo da vida interior, ou seja, as práticas de piedade são a garantia de que estamos no caminho do Senhor. Um religioso que desleixa da vida de oração, perdeu o sentido da sua vocação e consagração: “a Obra é de Deus e Ele a pôs em nossas mãos. Que grande, mas que grande responsabilidade! Oh, pelo amor de Deus, sustentemos a Obra de Deus! E ela é sustentada com a vida interior, que eu tanto lhes recomendo. Não deixem nunca as práticas de piedade; estas são os nossos pulmões. Recomendo-lhes a santa humildade, a caridade. Se eu soubesse que um religioso não tem caridade, de joelhos lhe pediria que fosse embora, pois seria a ruína da Obra.”

Poderíamos citar muitos outros trechos que estão nas cartas que São João Calábria enviara aos religiosos. Creio que estes, se forem rezados, refletidos, nos ajudarão a manter nosso coração no caminho do Senhor. Uma última palavra: “Lembrem-se sempre que a pertença a esta Obra é penhor de vida eterna”.

São João Calábria e Nossa Senhora Aparecida intercedam pela santificação de toda a Obra Calabriana.

Padre Gilberto Bertolini, PSDP
Delegado