Em comemoração aos 60 anos do Centro de Educação Profissional São João Calábria, considerada a “primeira casa” da Obra Calabriana no Brasil, que será comemorado neste ano de 2022, no dia 12 de março, preparamos uma celebração especial que teve início com a campanha Conte sua História, criada a fim de dividir depoimentos de superação, histórias alegres e a relação especial que ex-alunos, colaboradores e amigos viveram nesta atividade, que marcou a chegada dos Pobres Servos no Brasil. Serão 60 dias, a partir do lançamento desta série de matérias, com partilhas de memórias especiais que se passaram dentro da instituição, convidando a todos a relembrar histórias e momentos marcantes que aconteceram e passaram pela unidade, através de vídeos e depoimentos.
A história do Centro de Educação Profissional São João Calábria está diretamente ligada a chegada da Congregação Pobres Servos da Divina Providência no Brasil em 1961, pois, no ano seguinte, foi a primeira atividade da Obra no país a ser inaugurada.
No dia 30 de agosto de 1961, chegaram ao Brasil os primeiros Pobres Servos da Divina Providência, provenientes do Uruguai, o Ir. Aldo Farina, o Pe. Antonio Leso, e o Pe. Gino Gatto. Trouxeram consigo muito idealismo e a mesma força do espírito que levou o Padre Calábria a fundar a Congregação para dizer ao mundo que Deus é Pai, que Ele tudo concede aos que buscam primeiro seu Reino. Chegados a Porto Alegre, trataram de começar a trabalhar. Dom Vicente Scherer ofereceu aos recém-chegados o cuidado pastoral das vilas da periferia da Capital, o que foi iniciado sem demora. Este trabalho, porém, era itinerante pois a comunidade ainda não possuía uma sede.
Em artigo escrito para a revista A Ponte por ocasião do 25º aniversário da Congregação no Brasil, Pe. Antonio Leso diz “o telhado concêntrico da nossa habitação provisória da Rua Allan Kardec, naquele início de primavera, nos proporcionava abundantes chuvas internas. Andar de guarda-chuva dentro de casa ou tomar duchas frias fora do banheiro era um comportamento esquisito”.
Em fins de setembro de 1961, Padre Theodoro Chaves, amigo dos missionários que estava ajudando a procurar um terreno, chegou à precária casa, alugada na Rua Allan Kardec, com uma notícia encorajadora: na Rua Aracajú havia um terreno de 8 hectares à venda. Foi tudo muito difícil, primeiro porque faltava dinheiro e quando o dinheiro finalmente chegou, o dono do terreno se arrependeu e não queria mais negociar. Neste meio tempo, como as condições da casinha alugada eram desesperadoras e, por outro lado, as perspectivas de se fechar o negócio da Aracajú eram boas, o contrato do aluguel já havia sido desfeito e ficaram na rua. Neste momento, contaram com a caridade e bondade das Irmãs Paulinas que oferecer-lhes hospedagem. Após algum período as tratativas foram retomadas com o dono e enfim fechou-se o negócio do terreno na Rua Aracajú, que até hoje é a sede da Província Brasileira da Congregação e onde está instalado o Centro de Educação Profissional São João Calábria.
Foi no dia 3 de novembro de 1961 que a comunidade dos Pobres Servos entrou pela janela da casinha que havia no n° 650 da Rua Aracajú. Não foi possível entrar pela porta, segundo Padre Gino, porque ela estava trancada. Em pouco tempo, estava funcionando o Ginásio e a Escola Profissional para alunos do primeiro e segundo graus. Nos anos seguintes, o Calábria começa a tomar forma do projeto inicial, com a construção da capela, salas de aula e demais locais.
No ano de 1966, a Obra dos Pobres Servos recebe a benção do Padre Luiz Pedrollo, em visita ao Brasil. O primeiro curso a ser criado no Calábria, em 1966, foi o de Artes Gráficas, com suas máquinas de linotipo e impressão tipográfica. Neste mesmo ano, começa a funcionar o segundo curso profissionalizante no Calábria, o curso de tornearia mecânica que preparava os alunos para operar tornos mecânicos, furadeiras de bancada e ajustagem manual.
Para encerrar esta primeira parte da série de matérias especiais em celebração ao 60 anos do Centro de Educação Profissional São João Calábria, partilhamos aqui este lindo depoimento do Marcelo Erthal, que além de aluno dos cursos profissionalizantes continua até hoje conosco fazendo parte da Obra como colaborador.
Se você também gostaria de contribuir na celebração desta data especial com depoimentos de superação, histórias alegres e a relação especial que ex-alunos, colaboradores e amigos viveram nesta atividade, que marcou a chegada dos Pobres Servos no Brasil, confira abaixo como participar!