No encontro, dia 31 de outubro, promovido pelo Voar Singular, em parceria com a Escola Despertar e o Instituto Mari Johannpetter, diretoras, coordenadores, professores e professoras das escolas infantis da Rede Calábria, secretária e representantes da Secretaria de Educação de Muçum/RS participaram do Seminário “Residência Pedagógica: uma chave para a docência viva”, uma iniciativa que reafirma o compromisso com a educação infantil transformadora e sensível, no SESC Hotel, em Porto Alegre/RS.
O evento foi conduzido pela Daniele Martinazzo e Andrea de Souza, que uniram suas histórias para fazer nascer o Voar Singular. Uma parceria que não começou no reconhecimento mútuo de visões que se cruzam: a infância como centro, o brincar como linguagem, o professor como poeta da escuta. que proporcionaram uma abertura envolvente e uma programação cuidadosamente pensada para inspirar e fortalecer a prática docente. Ao longo do dia, os participantes foram convidados a refletir sobre os elementos que sustentam o fazer pedagógico, explorando novas formas de perceber e interpretar o mundo através das lentes da infância.


O Voar Singular, fruto da união do Voar Centro de Desenvolvimento Infantil e do Singular no Plural, nasce com o objetivo de transformar a educação infantil por meio de práticas inovadoras e participativas. Em parceria com a Rede Calábria, a residência pedagógica foi desenvolvida nas escolas EMEI Família Feliz, em Muçum/RS, e Dom Dadeus Grings, em Porto Alegre/RS, promovendo uma experiência de formação que une teoria e prática de forma colaborativa e reflexiva.
A abertura também destacou o papel do Instituto Mari Johannpetter, lembrando que algumas instituições nascem do desejo profundo de transformar o mundo a partir do cuidado. Com sua missão de apoiar pessoas para que vivam com dignidade e construam seus projetos de vida, o Instituto tem se consolidado como parceiro das comunidades, escolas e famílias, reforçando que investir na infância é semear um futuro mais justo e inspirador. Marinês Zanela, Diretora Geral da Rede Calábria e Karine Santos, Diretora Operacional, realizaram fala destacando que a partilha de vivências é o coração desse processo de Residência Pedagógica, é nela que o conhecimento se torna coletivo, que as histórias individuais se entrelaçam e que o sentido da docência se renova. Cada educador, ao narrar sua trajetória, amplia o repertório do grupo e ajuda a construir uma comunidade de aprendizagem viva, onde ensinar e aprender se tornam atos de cuidado e corresponsabilidade.




Para a Rede Calábria, esse projeto reafirma o compromisso com uma educação humanizada e integral, que reconhece o papel essencial do educador como alguém que habita o tempo e o espaço das crianças com sensibilidade, escuta e presença. A residência pedagógica mostra que formar professores é, antes de tudo, formar pessoas capazes de ver o outro, valorizar a infância e transformar realidades através da educação.
O seminário teve início com uma experiência sensível e encantadora: a contação de histórias musicada de Rosane Castro, escritora e artista da voz, acompanhada pelo músico Marco Araújo, que teceu trilhas sonoras ao vivo, transformando cada narrativa em uma cena viva, carregada de emoção e poesia. O espetáculo convidou os participantes a ouvir com o coração, resgatando o ofício da contação de histórias e o encantamento que nasce da união entre música, palavra e interpretação teatral.



A palestra de abertura, conduzida por Larisa Bandeira, coordenadora da Residência Pedagógica da Voar Singular, provocou reflexões sobre como ser e habitar a escola. “Habitar a escola é como morar um coração que pulsa; cada gesto de cuidado é uma semente, cada registro uma travessia. A residência é o tempo em que nos tornamos casa para o aprender”, ressaltou Larisa, lembrando que a docência não é apenas sobre ser professora, mas sobre viver a experiência de ensinar.



Os relatos das experiências em Muçum, apresentados pela professora Dandara e a coordenadora Letícia, destacaram a importância de reconhecer e valorizar cada conquista, por menor que pareça, e de aprender a celebrar as etapas do aprendizado, tanto das crianças quanto dos educadores. Ferramentas como fotogramática e diários de bordo foram apresentadas como formas de registrar, refletir e dar sentido à prática pedagógica de maneira sensível e colaborativa. Também foi lembrado o momento marcante pelo qual o município passou, com as enchentes no estado e que afetam a comunidade como um todo, mas onde o senso de coletividade e sensibilidade de todos também foi colocado a prova com a mobilização para reconstrução das escolas infantis e serviços emergenciais do município.




Em Porto Alegre, as experiências compartilhadas pela professora Vânia e a coordenadora Melya reforçaram que a residência pedagógica transforma não apenas a prática docente, mas também o próprio “ser” professora. Participar ativamente do processo educativo, reconhecendo que o aprendizado é diário e compartilhado com as crianças, promove uma formação mais empática, reflexiva e consciente.





Ao final da manhã, ficou claro que o seminário era apenas o início de uma jornada que se estende para além das salas de aula. Cada vivência, partilha e reflexão permanece como semente plantada no coração dos educadores, lembrando que educar é também habitar, morar no tempo do outro, respeitar os ritmos e florescimentos de cada criança.



A Rede Calábria agradece profundamente à Voar Singular e ao Instituto Mari Johannpetter pelo empenho e dedicação na construção da Residência Pedagógica, que proporcionou experiências transformadoras e reafirmou que, quando se caminha junto, a educação infantil ganha novos voos. Que a Providência Divina continue iluminando esta trajetória, guiando cada gesto de cuidado e formando professoras capazes de semear sonhos e encantamento na infância.