Foi lançado hoje, 14, no auditório Marcelo Kufner, no 3º andar do MP, o aplicativo de celular Android e IOS Adote um Amanhã. O APP integra pessoas solidárias às necessidades do acolhimento institucional de crianças e adolescentes da Rede Calábria e de outras instituições que fazem a gestão de casas lares.
O desenvolvimento do aplicativo é fruto de inciativa do Ministério Público do RS, voluntários, Usuários de Informática e Telecomunicações do Rio Grande do Sul (Sucesu/RS) e Prefeitura de Porto Alegre. Cada instituição cadastra no app as suas necessidades como serviços da área da saúde e educação, vaga de aprendizagem, estágio, curso, emprego, bens e etc. Com as demandas cadastradas, os usuários do aplicativo podem doar ou contribuir.
Para baixar é muito simples: basta acessar o app store no Iphone ou Play Store do Google no seu telefone. Instruções e manuais já estão disponíveis para os usuários. A Rede Calábria agradece por mais esta ferramenta com potencial para reunir pessoas solidárias em benefício das crianças e adolescentes.
Em 2022, o acolhimento institucional de crianças e adolescentes completou dez anos de atividades na Rede Calábria. Somente entre 2020 e 2022 houve 15 adoções, além de 25 retornos às famílias. Neste primeiro semestre, cinco crianças já foram adotadas. Muitas crianças chegam ainda bebês. Outras, com mais idade.
O comum entre elas é o inato desejo de vencer, superar as vulnerabilidades e o amor e carinho que receberão dos seus pais sociais e de toda a equipe da Rede Calábria.
A coordenadora do projeto de acolhimento institucional da Rede Calábria, Daniela Modesto, relatou como costuma ser o processo de adoção de uma criança na casa lar.
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A seguir, a equipe do Centro de Atendimento Psicossocial Multidisciplinar entra em contato com a equipe do acolhimento da Rede Calábria para informar que, após busca no sistema judicial, constatou candidatos pretendentes à adoção de uma determinada criança e com um perfil desejado. Neste momento, é elaborado um apanhado de informações da criança e as equipes conversam com os candidatos. Certos da decisão, estes candidatos organizam um álbum de fotos que será apresentado para a criança na presença das equipes para uma avaliação.
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Nesta etapa é feita uma agenda de contatos envolvendo saídas externas, pernoites e demais acompanhamentos da rotina da criança. Este período varia de acordo com cada criança, mas normalmente, explica Daniela, costuma durar de 10 a 15 dias de adaptação. Por fim, se dá o desligamento da criança da casa lar e o acompanhamento da família fica por conta de órgão judicial.
“Possibilitar que a criança ou adolescente encontre uma família adotiva, quando assim for seu destino, é uma das formas de vivenciarmos o trabalho feito com muita dedicação, respeito e amor. Ficamos todos contagiados por sentimentos muito valorosos e de esperança.” – salientou a coordenadora Daniela Modesto.
Atualmente, a Rede Calábria está com quatro crianças em processo de adoção: um bebe de 11 meses, um bebê de 01 ano, um menino de 03 anos e uma adolescente de 16 anos.
Que a Divina Providência abençoe estas crianças e estas famílias, para que seus lares sejam repletos de amor, esperança e vida nova.
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Varias ações de conscientização serão realizadas neste dia 25. Em Porto Alegre, um dos destaques é a Corrida pela Adoção, que terá como foco chamar a atenção da sociedade para a adoção tardia, ou seja, das crianças e adolescentes com mais de seis anos que sonham com uma família.
As atividades em prol desta data também refletem sobre vários temas relacionados à adoção como o apadrinhamento afetivo, acolhimento familiar e institucional.
Oportunidade para envolver autoridades públicas, do setor privado e sociedade para a prática de ações positivas na colocação destas crianças e adolescentes em famílias, estruturação adequada do espaço de proteção e profissionalização daqueles que não são adotados e precisam deixar as casas lares aos 18 anos.
Segundo a Promotora de Justiça da Infância e Juventude de Porto Alegre, Dra. Cinara Braga, existem aproximadamente 3500 crianças e adolescentes institucionalizados em abrigos e casas lares no Estado.
Meta 10.2: Até 2030, empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, de forma a reduzir as desigualdades, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, nacionalidade, religião, condição econômica ou outra.
A maioria destes já está apta à adoção, no entanto, grande parte dos quase 33 mil pretendentes habilitados no Brasil querem adotar crianças de três a seis anos de idade. Ocorre que, ainda segundo Dra Cinara, 95% dos acolhidos aptos à adoção no RS têm idade superior, conforme o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento.
Para a Rede Calábria, as casas lares de crianças representam o sonho do fundador São João Calábria para a Obra. Padre Calábria sempre teve amor e cuidado incondicional às crianças. Sua espiritualidade, valores e lições inspiram a seguir neste trabalho, sempre com dedicação e com olhar para acolher promovendo estas vidas.