O ex-educando do CPIJ e educador social da instituição Hernesto Kovaski ilustra com sua biografia pessoal a importância da Rede Calábria na comunidade local e como as atividades impactam direta e indiretamente a vida de centenas de pessoas das mais diversas formas.
Hernesto, 30 , começou a trabalhar no CPIJ, na Restinga, em novembro do último ano. Mas sua história com a instituição começa bem antes e remete ao trabalho da sua avó, Cecília Welter, e tia. A primeira foi cozinheira e a tia, Maria Cândida , educadora.
O educador é músico, morador da Restinga e trabalha como educador volante, que é uma das áreas mais desafiadoras por transitar em diversas turmas,com idades e educadores variados. Hernesto vê a profissão com positividade e revela alegria por poder trabalhar com perfis variados e trazer novas propostas ou continuar o trabalho desenvolvido com as turmas.
“Sempre me senti interligado de algum modo ao CPIJ. Meus amigos todos frequentavam o CPIJ. E meus pais sempre foram ativos na defesa de direitos a partir do grupo de jovens da igreja”, comenta Hernesto, ao justificar os impactos do CPIJ de maneira até mesmo indireta.
O músico explica que por onde ia já ouvia falar do CPIJ, na época CPM. Como gostava muito de futebol, estava sempre com os amigos praticando o esporte. E acabava por ouvir histórias da instituição. Hernesto teve uma breve passagem na instituição como aluno, mas revela que as atividades tiveram profundo impacto na vida em vista do contexto geral que ela representa para a Restinga.
“A Restinga em si é minha vida. O CPIJ contribuindo para a formação das crianças na Restinga, direta e indiretamente, colaborou com o meu crescimento, da cultura do bairro e das pessoas” e complementa: “para muitas crianças – o CPIJ – é um porto seguro. Eu via isso no olhar dos meus amigos”, enfatiza.
Quem conhece o educador Hernesto logo observa seu amor pela música, em especial o estilo reggae. Autodidata e com influência familiar, também é compositor musical e diz que pretende se aprofundar cada vez mais na área e até mesmo investir em uma faculdade de música. Hernesto explica que gosta de tocar e ouvir os clássicos, mas que também produz sua próprias letras para expressar suas emoções e estilo nas músicas.
Na pandemia, vê a oportunidade de se reinventar com leituras, filmes, séries e vê com bom agouro o tempo que virá. “Temos que aprender a respeitar este momento. Procuro fazer muitas coisas que não fazia antes. Estou com muita saudade da gurizada, o refeitório cheio. A esperança e fé são grandes”, comenta.
O colaborador calabriano aproveita a oportunidade da entrevista para agradecer a Rede Calábria. Afirma que é uma honra fazer parte de uma instituição tradicional, de uma Obra extensa e grandiosa. “Fazer parte disto, por mais pequena que possa ser minha contribuição. Me sinto muito honrado. Estar aqui engrandece a gente”, celebra.