O mês de março foi palco para o início de uma proposta inovadora para fortalecer as práticas pedagógicas de letramento, desenvolvimento do raciocínio lógico e pensamento crítico: Jogos de RPG. As oficinas de RPG conduzidas pelo oficineiro Gilberto Borges surgiram como uma atividade extra para os educandos da Unidade Centro de Promoção da Infância e da Juventude – Rede Calábria (CPIJ), tendo em vista todas as qualidades e habilidades que o RPG pode proporcionar.
Como o próprio nome já diz, o RPG, ou Role Playing Game (Jogo de Interpretação de Papel), tem como foco principal a interpretação de um personagem que vive dentro de um mundo e nele enfrenta diversas situações. O jogo pode ter tantas temáticas quanto o narrador achar importante, assim sendo é uma excelente ferramenta para trabalhar questões com educandos das mais diversas faixas de idade.
Os educandos estão sendo apresentados ao sistema chamado “Tormenta20”, que comemora os 20 anos da criação do mundo de Arton, este sistema e mundo de jogo foram completamente desenvolvidos por brasileiros, hoje grandes expoentes da literatura e arte de fantasia no âmbito nacional e internacional. O sistema consiste em uma adaptação do famoso jogo RPG Dungeons and Dragons (D&D), com suas particularidades e características atualizadas, afinal o jogo mudou muito desde os anos 70 até os dias de hoje.
Os grupos estão divididos entre duas faixas etárias: o primeiro, composto por turmas de educandos de 10 aos 12 anos, foi preparada uma aventura com o foco na emoção de explorar um mundo mágico, onde deverão resgatar um filhote de dragão de uma princesa mimada.
O segundo grupo é composto por educandos do Construindo Futuros e Trabalho Educativo, que tem idades a partir dos 14 anos. Estes foram envolvidos em uma história com mais desafios morais, onde não existe uma resposta certa ou errada, mas apenas aquilo que a moral do seu personagem vai dizer, simulando dilemas da vida real. No momento o foco está sendo na criação de personagens, já que estes são muito mais do que um monte de números em uma folha de papel. Cada personagem deve ser único, tendo traços de personalidade, uma história pregressa, assim como uma descrição física.
Tendo em vista a dificuldade de escrita de alguns educandos, este momento está se provando desafiador para alguns, mas o desejo deles de participar da mesa faz com que superem suas dificuldades. Outros estão até mesmo aprendendo a ler com a prática da criação de personagens e alguns que sabem ler e escrever muito bem estão agora desenvolvendo suas capacidades de criatividade, para que possam se colocar no lugar do personagem que irão interpretar durante as aventuras. Vamos acompanhar os próximos capítulos dessa grande história. E acompanhar de perto o progresso dos educandos nesse grande desafio.