A partir de um olhar atento para o mundo que circunda e nutre toda a vida, os educandos têm desenvolvido questionamentos sobre como a natureza brinda a humanidade com alimentos saudáveis e belos, que são capazes de dar energia. Nas oficinas de educação ambiental o olhar se dedica para o ciclo da natureza a partir do processo de plantar e semear nas hortas do espaço. Esse processo é permeado pelo incentivo do pensamento através do olhar do fenômeno: como se comporta essa planta? ela se alimenta de quê?
O olhar para a natureza é um olhar de todo o corpo e especialmente para o que envolve o sentir: olfato, paladar e visão são sentidos que dão base para a compreensão do mundo, materializada então no plantar uma semente e acompanhar seu crescimento para descobrir o que dali germina. Com esse repertório, as turmas Felicidade e Fraternidade do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), desenvolvido em parceria com a FASC, com mediação da educadora Priscila, têm investido em processos de conhecimento da realidade a partir do desenvolvimento da natureza.
Um exemplo desse olhar atencioso ao movimento da natureza no desenvolvimento das propostas pedagógicas foi a colheita das beterrabas, alfaces e tomates, que tem em si os embriões da vida, visto como sementes, debulhados e prontos para o plantio após germinarem. As turmas realizaram a separação das sementes e elaboraram hipóteses de como ocorre o processo de germinação até a colheita. Nessa trajetória pedagógica de conhecer o que a natureza nos oferta, as turmas ainda puderam conhecer algumas frutas nativas que compõem nosso cardápio de refeições: banana, mamão, ameixa, manga e maçã.
A partir do contato com as frutas, explorando os sentidos com suas diferentes texturas, cores e cheiros, cortaram-nas, identificando onde reside a semente de cada uma e como realizar uma deliciosa salada de frutas coletiva. Esse momento foi essencial para o desenvolvimento do sentimento de colaboração entre os educandos, que prepararam algo cuidadosamente para ofertar aos demais colegas e ainda desenvolveram habilidades motoras de corte e descascar frutas, hábito que muitos expressaram não ter.
A proposta de conhecer o desenvolvimento sadio da natureza traz enormes benefícios para o desenvolvimento da criança e à luz das palavras de Gedeon Burkhard: “Cada ser humano pode ser um jardineiro de seu próprio pomar para saber quando é a hora de plantar, adubar, regar e depois colher os frutos.”